O calor ultimamente anda demais. Às vezes penso estar numa sauna. Tamanha a quantidade de suor que transpiro em muitos momentos. Minha alegria é quando estou em casa. De short e sem camisa. De preferência na varanda a contemplar os saudosos ventos que aliviam o calor e refrescam a todos.
Os pássaros cantam, transparecendo alegria. Satisfação.
Uma caminhada, uma parada. Muito suor. Afinal, estamos no Brasil tropical. Eu, particularmente, na Bahia alto astral. Calor a toda hora, a muita prova. Um banho. Um momento. Refrescância. Alívio. Descontração.
O sol, o calor. A chuva, quem sabe, uma solução. Não. Talvez, aliás. O problema; a construção. Desordenada ocupação. Sujeiras. Bueiros entupidos no chão.
Imaginação. Lembranças. Recordação. Fevereiro de 2008. Ilha Grande. Ao seu redor, água. Água da terceira maior baía do Brasil. Baía de Camamu. Em seu território, poucas casas. Muitas árvores. Cimento, não. Asfalto, não. Sim, chão. Muito chão.
A caminho da prainha, ao norte de Ilha Grande, dendezeiros. Muitos dendezeiros. Eles formam um corredor verde, junto com outras árvores, como os pés de coqueiro e de mangueiras. O que proporciona uma sombra confortante. Digo refrescante. Além de muito agradável.
Do morro, linda visão. A Baía, ou melhor, boa parte dela, vista sob um novo ângulo. Uma visão abrangente. Bonita. Apaixonante. O contraste em perfeita sintonia. O verde das árvores com o azul do mar. O canto da cigarra. Dos pássaros. Harmonia. O leve e doce ritmar do vento e das pequenas ondas do mar. Energias positivas a se renovar.
Retornando o caminho em direção a prainha, diversão. Conversas, piadas, risadas. A sombra e o corredor verde prevalecem - até a chegada à praia. Aqui, água cristalina. Morna e calma. Um mergulho. Um renovar. O imaginar...
Plante — Certa vez li um texto (não me recordo o nome do autor) onde ele defendia a tese de que o calor provocado nas grandes cidades não é fruto do aquecimento global. O problema, segundo seu ponto de vista, está no reduzido número de árvores nas cidades, e o aumento, cada vez mais presente e frequente, do asfalto e do cimento. O que ocasiona o exagerado calor.
Como há poucas árvores para fazer sombras e, assim, contribuir com a circulação de ventos, e a oxigenação do ar, através da fotossíntese, temos o calor em excesso. Afinal, concreto e asfalto, só esquentam. E transferem, em seguida, segundo a tese desse autor, parte do calor recepcionado dos raios solares para a população.
Pensei a respeito. Analisei o meu entorno. Algumas experiências, como a de Camamu. E, antes de chegar a uma conclusão, pensei; - Teses são teses. São pontos de vista dos seus autores, baseados, caso seja uma tese científica, em estudos. Estudos defendidos diante de especialistas do assunto abordado - supõe-se. Ainda assim, sempre pode haver uma contradição, ou mesmo várias, assim como outros pontos não analisados, anteriormente, que podem ser apresentados e defendidos por outros “estudiosos” do assunto.
Refleti. Caberia, em princípio, por exemplo, comparações no que diz respeito à temperatura de cidades diferentes. Cidades onde há um percentual desejável de árvores por habitantes, como Curitiba, e aquelas que já deixaram de dar importância a elas, a exemplo de São Paulo. Assim, pode-se fazer uma, o melhor é que sejam feitas várias comparações com cidades diferentes, para se chegar a um dado, uma informação confiável.
Ainda assim, vi que, no fundo, o ponto de vista defendido pelo autor do texto, tinha algo de importante. A redução das árvores nos centros urbanos. O concreto e o asfalto tomaram seu lugar. São mais importantes, ao menos para muitas pessoas (físicas e jurídicas), por incrível que pareça, do que elas.
Além do concreto e do asfalto, temos a poluição causada não só por indústrias, mas também por automóveis. Cada dia que passa, a frota de veículos aumenta nas capitais brasileiras. Sem árvores que arborizem o ar que respiramos, passamos a respirar um ar poluído pela queima do combustível fóssil. Cada vez mas presente no ar que respiramos, ainda mais quando dos grandes congestionamentos nas cidades brasileiras, a exemplo dos que ocorrem com frequência em Salvador. Aí já viu o problemão que isso pode dar a médio/longo prazo a quem respirar esse ar “contaminado”.
A falta de um planejamento urbano contribuiu, e ainda contribui, para que as cidades urbanas, médias e grandes, continuem a crescer e desenvolver-se de maneira desordenada. Insustentável. Destruindo o pouco que ainda existe da fauna e da flora em seus centros urbanos. Acabando com o seu eco-sistema. Com o verde.
Porém, com um simples gesto, algumas coisas podem ser amenizadas.
Antes, por exemplo, era comum que um morador de uma determinada casa tivesse uma árvore no seu quintal ou mesmo na frente do seu imóvel. Hoje isso é raro. Então, por que não retomarmos essa cultura?
Se, de repente, moramos em prédios ou em casas onde não há espaços para árvores, por que não a plantamos nas proximidades de um rio? Num parque?
Vamos colher frutos de uma decisão coerente. É simples; plante uma árvore. Plante e dissemine esta semente.
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