Estórias para contar


Além de Beth, uma Austríaca que se diz apaixonada pelo Brasil, outros estrangeiros, que vem passar férias em nosso país, também se apaixonam por ele. Coisa rara é um dizer o contrário. Gostam do nosso clima, da nossa gastronomia. São apaixonados pelas nossas belezas e riquezas naturais. Adoram as nossas frutas tropicais. Ficam impressionados com a nossa riqueza (e diversidade) cultural. Gostam, sobretudo, de nossa gente.

Em fevereiro, durante o carnaval, conheci um peruano que também se apaixonou pelo Brasil. Muito gente boa, além de muito engraçado, ele veio pela primeira vez ao nosso país. Cunhado de uma amiga, foi passar o carnaval com ela e seu irmão na Costa do Dendê, litoral sul da Bahia.

Quando chegou a baía de Camamu, logo após ser apresentado à turma, perguntou;
¿dónde és el motel? O que muitos poderiam encarar de maneira “revoltante”, levamos, ao contrário, na brincadeira. Um amigo, Diogo, foi quem respondeu às gargalhadas; “aqui não existe ‘motel’, e sim ‘matel’”, referindo-se ao mato, que predomina no lugar, e, normalmente, onde os pombinhos namoram.

Todos riram, por sinal.

Como não fala português, somente espanhol, Carlos foi motivo de muitas brincadeiras. Sacanas, é verdade. “Namorador”, ele queria voltar para o Peru com muitas estórias para contar. Por isso, quis logo sair com a turma para que fosse “apresentado às meninas”. “Deixa comigo”, satirizou Diogo.

Nos bares da ilha - ele atrás de “meninas”, e nós de diversão - conversamos um pouco sobre as suas impressões quanto ao Brasil, maior e mais importante país da América do Sul.

Ficou impressionado com as nossas riquezas e nosso clima tropical, ele adiantou.

Antes mesmo de ser indagado a respeito, logo começou a falar da mulher brasileira. Ou melhor, das mulheres brasileiras. Sobre elas, garantiu que são as melhores. Por que, perguntamos a ele. Segundo sua observação, porque são mais “esquisitas”. Calma, ele quis dizer, na verdade, que as brasileiras são mais gostosas do que as peruanas – em espanhol gostosa significa “esquisita”.

As peruanas, ainda de acordo com ele, além de serem mais conservadoras, não são “esquisitas”. Faltam-lhe qualidades físicas para tal, explica-se em bom português o que ele quer dizer sobre suas conterrâneas.

Sobre a economia do Brasil, considerou-a “muy bien”, sobretudo quando comparada com a do seu país.

Não reclamou da nossa bebida, especificamente a cerveja, mas disse que a do seu país é bem mais forte do que a nossa. Assim, sem querer explicou por que tanto bebia e só ele não ficava bêbado.

Pretende morar no Brasil, confessou para a turma na praça, em meio as nossas palhaçadas. Após concluir a faculdade de medicina, completou ele, que pretende se especializar em Oncologia.

Namorador — “Namorador”, ele foi, mas só na lábia. Precisou de uns empurrãozinhos para poder “andar”. Para a alegria de Izabel, sua paquera na ilha, que já não agüentava mais tanta conversa.

O problema maior, para a turma, era saber se ela estava entendo alguma coisa do que ele dizia. E vise-versa.

Para emplacar o romance, que até então só se resumia a muita conversar e caminhadas em torno da praça, regadas a cerveja brasileira, coube a Luiz Henrique.

Com menos de 10 anos, o papel central/principal daquela que já se transformava em uma novela coube a ele; ser o cupido.

E ele fez jus ao papel que lhe foi incumbido. Como “o Deus do Amor” não fez veio, e mostrou ao seu tio “namorador” o caminho às deusas tropicais. Isto é, “a deusa” tropical; Izabel.

Para a felicidade de Carlos, que enfim conseguiu sair do “atoleiro”, e alegria da turma, que enfim viu o “romance” engatinhar. O romance, contudo, que só durou dois dias, para a tristeza dos “deuses do amor” e dos pombinhos...

Sem esconder a alegria de ir participar do carnaval de Salvador, mas também sem conseguir disfarçar à sua vontade de querer permanecer um pouco mais na ilha, lá se foi Carlos...atrás de mais estórias para contar aos seus conterrâneos quando no Peru chegar...

2 comentários:

Ana Fontes disse...

A gente fica se lendo e fica imaginando como são nossas vidas, não é assim?!
Eu fico imaginando como é aí na Bahia...
E aposto que você, como é aqui em Minas!
Legal esse intercâmbio de "causos", né?!
Beijos

Ana Fontes disse...

Tá topado o desafio!
Acho que vai ser muito legal!
Mas vamos deixar o prazo de entrega dos textos livre?! kkkkkkkk!
Quero deixar minha inspiração brotar!
Se bem que a ansiedade já tá me cutucando aqui! ;)
Beijos

P.S. Ai ai! Já quero escrever! Hahahahahah!