Que a paz esteja com todos

Advogado formado pela Universidade de Antioquia. Especializado em Administração e Gerência pela Universidade Harvard. Graças à Bolsa Simón Bolívar do Conselho Britânico, entre 1998 e 1999, estudante da Universidade Oxford, na Inglaterra.

Álvaro Uribe Vélez nasceu em Medellín, em 4 de julho de 1952. Ingressou na vida política, relativamente, cedo. Em 1976 foi chefe de Bens das Empresas Públicas de Medellín. Entre 1977 e 1978 passou á secretário-geral do Ministério do Trabalho. Em seguida já era diretor da Aeronáutica Civil, 1980 e 1982. Prefeito de Medellín, em 1982, e, entre 1984 e 1986, vereador da mesma cidade. Entre 1986-1990 e 1990-1994, senador da República Colombiana. Logo em seguida, já era eleito governador do Departamento de Antioquia - 1995-1997.

Em 2001 alcança o posto máximo de sua nação ao ser eleito presidente da Colômbia para o período 2002-2006. Tornou-se o primeiro presidente a ganhar as eleições em seu país no primeiro turno desde que se instalou a medida na Constituição de 1991. Com 53% dos votos, Uribe deixou para trás seu principal concorrente, Horácio Serpa. Em 2006, com a popularidade alta, consegue obter Corte Constitucional favorável à alteração na Constituição, o que lhe permitiu disputar a reeleição em 2006.

Ao longo dos anos, pesquisas de opinião vêm apontando para alto nível de aprovação do seu governo. Algo acima de 70%. Esses índices dar-se, sobretudo, pela sua política de combate às guerrilhas – entre elas a Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o Exercito de Libertação Nacional da Colômbia e a Autodefesas Unidas da Colômbia. Essa política de combate busca restituir a ordem e a convivência pacífica num país imerso num conflito interno há anos – de busca ao poder, explica-se, envolvendo a extrema direita e a esquerda.

Na Colômbia, seus opositores sempre o acusaram de ter ligações muito próximas com grupos paramilitares de extrema direita. Além disso, um dos pilares de sua política concentra-se em segui á risca o que propôs o conhecido Consenso de Washington. Um conjunto de medidas formulado em novembro de 1989, por economistas ligados a Instituições como o FMI, que propõe a redução dos gastos e da presença do estado, sobretudo para os países em desenvolvimento, como é o caso da Colômbia.

Influência americana - Uribe é o presidente, na América Latina, mais próximo de Bush. Porém, é o mais distante ideologicamente, no nosso continente, no momento, dos demais governos que estão à frente dos países vizinhos. Estar mais à direita do que à esquerda - esta que compõe maioria à frente dos governos, atualmente, dos países da América do Sul.

Os rituais palacianos, muitas vezes, do governo Colombiano, são similares aos dos EUA. Os pronunciamentos, por exemplo, estão mais próximo disto que se escreve.
A maneira como se postam os militares, o próprio presidente e os símbolos escolhidos para os pronunciamentos oficiais, caracterizam, melhor, a aproximação ideológica entre os governos Colombiano e dos EUA.

Isso ficou evidente depois do ocorrido na madrugada deste sábado (01/03), quando 19 guerrilheiros das Farcs foram assinados em território Equatoriano. Entre eles, o principal porta voz da guerrilha, Raúl Reyes – seu nome verdadeiro, na verdade, é Luis Edgar Devia.

O governo de Uribe acaba de promover não só uma chacina político-militar, e violação aos direitos internacionais, quando da “transgressão dos princípios de soberania e integridade territorial”, ao invadir o território Equatoriano, mas uma crise diplomática sem precedentes na historia recente da América do Sul.

O assassinato do principal porta voz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raúl Reyes, em território Equatoriano, criou não só uma crise diplomática envolvendo a Colômbia, Venezuela e Equador, mas também a impossibilidade de negociação e libertação dos mais de 40 reféns que a guerrilha mantém, e vinha negociando a sua libertação com a intermediação de Hugo Chávez, presidente Venezuelano. Seis importantes reféns já foram libertados, desde o início deste ano. A guerrilha pretendia trocar outros prisioneiros por guerrilheiros presos com o governo colombiano.

A Farc luta há mais de trinta anos para chegar ao poder e implementar o que chama de socialismo na Colômbia. Além dela, outras guerrilhas também lutam contra o poder, mas pelo poder.

Há acusações, ainda, de que o ataque do exército Colombiano em território do Equador tenha sido patrocinado pelos EUA, com o fornecimento de armas, informações e tecnologias que facilitassem a chegar aos guerrilheiros e a realização da operação com sucesso.

Essa disputa interna pode causar problemas imprevisíveis às nações envolvidas diretamente (Colômbia, Venezuela e Equador), e mesmo àquelas envolvidas indiretamente – nas negociações para que a crise seja resolvida no campo diplomático e não no militar.

Deseja-se, contudo, que a paz esteja com todos.

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